ABSTRACT
O objetivo do estudo foi atualizar a classificaçao de afogamento utilizada durante 20 anos pelo Centro de Recuperaçao de Afogados (CRA - Rio de Janeiro), para que seja possível determinar de forma mais precisa o tratamento e o prognóstico desta condiçao clínica, de acordo com sua gravidade. Foi realizado um estudo retrospectivo de casos de afogamento ocorridos durante 20 anos (1972-1991), numa área restrita de 20km, entre as praias de Sao Conrado e Flamengo, no Rio de Janeiro. A área estudada representa aproximadamente 30 por cento de todos os casos que ocorrem nesta cidade. De um total de 41.279 resgates realizados nas praias pelos guarda-vidas, 2.304 casos necessitaram de atendimento médico no Centro de Recuperaçao de Afogados. A idade média foi de 22,75 anos (DP = 11,48) 98,7 por cento ocorreram em água do mar e 74,2 por cento eram do sexo masculino. Para a atualizaçao da classificaçao foram avaliados estatisticamente cinco parâmetros clínicos: ausculta pulmonar, necessidade de assistência ventilatória, status cardiovascular, nível de consciência e a presença de apnéia ou parada cardiorrespiratória. Todos estes parâmetros foram avaliados por médicos no primeiro atendimento. A revisao destes 2.304 casos de afogamento permitiu estabelecer uma atualizaçao (1992) da classificaçao de afogamento que vinha sendo utilizada há 20 anos pelos médicos do Centro de Recuperaçao de Afogados, a qual resultou na divisao abaixo, onde sao demonstradas sua freqüência, a mortalidade geral e no CRA e a necessidade de internaçao por mais de 12 horas.